Colóquio em homenagem a Manoel Tosta Berlinck – 2017

Ficha Biográfica
Na noite do dia 20 para o dia 21 de junho de 2016, morre Manoel Tosta Berlinck. Faria 80 anos no dia 18 de dezembro do mesmo ano. Fez graduação e mestrado em Ciências Sociais na Escola de Sociologia e Política de São Paulo; fez seu doutorado e pós-doc em Ciências Sociais em Cornell nos EUA. Foi professor da UNICAMP e da Fundação Getúlio Vargas. Tornou-se analista, tendo se transformado em um estudioso voraz da obra de Freud. Quando veio para a PUC-SP, já veio professor de Psicanálise. Orientou na PUC-SP mais de 85 dissertações de mestrado e teses de doutorado no campo da Psicanálise e da Psicopatologia. Ajudou a fundar o CEBRAP – Centro Brasileiro Análise Planejamento.
Abrasileirou a noção de Psicopatologia Fundamental – campo de sentidos e significados, onde a Psicanálise dialoga com outras disciplinas que se debruçam sobre o fundamento do sofrimento humano. Foi também um grande editor. Dirigiu, por anos, a Pulsional – Revista de Psicanálise – e a Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, esta última é uma das revistas mais bem avaliadas pelos órgãos oficiais brasileiros. Foi um dos criadores e diretor da Livraria Pulsional e da Editora Escuta, que traduziu para o Português e publicou alguns dos mais importantes psicanalistas estrangeiros. Trouxe ao Brasil figuras importantes da Psicanálise mundial. Autor de inúmeros artigos publicados no Brasil e exterior e de inúmeros livros. Fundou a Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental em 1996, reunindo pesquisadores do Brasil e de diversos países do mundo em torno de relevantes questões contemporâneas. Morreu ao lado de Ana Cecília, sua companheira, apenas com ela. Deixa filhos, filhas e neto do casamento com Regina e com Cristina; deixa também irmãos e irmãs.
“Empreendedor do Pensamento”
Caiu, mas até o último minuto estava em pé, trabalhando. Impossível entendê-lo sem se dar conta de que era Sociólogo. Nunca abandonou a vocação de entender a realidade brasileira. Sua formação em uma Ciência Social dura foi decisiva para o modo como entendia o ser humano e a própria Psicanálise. Não sei exatamente o que aconteceu. Sei que começou uma análise pessoal decisiva, com uma virada profunda, que só o divã poderia explicar. Uma virada que o transformou em analista. Lia muito. O seu oficío era ajudar a criar intelectuais. Odiava a repetição de ideias. Queria muito pesquisar e criar. Ensinou inúmeros alunos a pensar na primeira pessoa, sem medo de errar. Autorizava a autoria. Lutou para colocar a Psicanálise brasileira dentro da Universidade. Era generoso, ajudava os outros a crescer e a publicar. Tinha um notável senso de oportunidade, tendo se tornado um empreendedor do pensamento, criando instituições e uma rede de pessoas com imaginação. Rigor e discreta paixão – talvez assim possamos falar de seu esforço vital. Sonhou até o fim os seus sonhos.
A morte de Manoel deixa muitos órfãos: alunos, pesquisadores, pacientes, parentes e muitos amigos. Deixa uma lacuna difícil de preencher. Há repercussão por toda parte, lamentando sua morte. Se você está cansado da repetição de pensamentos e atos, talvez o estudo da vida e obra de Manoel Berlinck possa aliviar o seu cansaço.
sábado | dia 27 de maio
horário | 9h às 12h30
dirigido
a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, estudantes e profissionais das áreas da saúde
participação gratuita
Informações e inscrições pelos telefones*
11 3864-2330 | 11 3865-0017
*inscrições antecipadas