Seminário Teórico: Contribuições Psicanalíticas para uma Nova Psicopatologia – 2013

programa
A recente renovação do vocabulário psicopatológico tem obedecido a um critério reducionista e positivista para estabelecer os parâmetros do sofrimento psíquico. Não se trata de um mero ajuste classificatório, mas a tentativa de suprimir qualquer referência subjetiva (seja na vertente fenomenológica, seja na vertente psicanalítica), substituindo-as por um suposto correlato fixo entre freqüências de comportamentos e modificações moleculares. A nomenclatura escolhida (DSM especialmente, e outros códigos internacionais),ao mesmo tempo que permite uma ilusória unificação dos atos diagnósticos, cumpre uma minuciosa faxina de eliminação do campo das significações: nada significa nada nem provém de qualquer significação, somente é o que é, ou seja, apenas a superfície do que se manifesta O pretexto é tomar a psiquiatria e a psicologia campos científicos. O curioso é que tal posição considera ciência somente o “popperismo” (tratamento numérico-estatístico das correlações empíricas como critério de verdade) e despreza o valor científico das descobertas estruturais (onde o critério de verdade consiste na correspondência das transformações com a lógica operatória).
Pela sua parte, a Psicanálise tem desenvolvido uma clínica da escuta estrutural que permite a interpretação, na ressonância na linguagem, dos circuitos pulsionais e das articulações do sujeito no discurso. Interpretação que oferece ao sujeito a chance de articular de outro modo a sua posição significante e a forma em que seu corpo é afetado pela herança de suas experiências infantis. As novas formas do sofrimento psíquico conseqüência natural das transformações históricas e culturais – encontram assim uma cura possível que opera pelo deciframento e não pelo condicionamento. A diferença está nos efeitos: no primeiro caso, o sujeito é protagonista de seu processo de cura, enquanto que, no segundo caso, ele passa a ser objeto de um procedimento externo a ele mesmo. A intervenção medicamentosa, quando se propõe como única opção de cura, cria uma determinação que parte do suposto de uma constância químico molecular. Tal suposto responde muito mais à necessidade de um planejamento da produção farmacológica do que a qualquer consideração verdadeiramente científica e/ou relativa ao sujeito em questão.
Por isso se fazem necessárias a explicitação e a formalização dos princípios e fundamentos de uma psicopatologia psicanalítica para a qual Freud e Lacan aportaram na direção de tornar legíveis as mais diversas formas do sofrimento psíquico.
Propomos, então, dedicar nosso ano de trabalho à explicitação dos modos em que o psicanalista procede na função diagnóstica, às particularidades das formas patológicas das estruturas psíquicas, as formas de intervenção que elas determinam e as peculiares articulações que delas se produzem no discurso social atual.
dirigido
a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, estudantes e profissionais das áreas da saúde
carga horária
18 horas (6 aulas de 3 horas cada)
datas
sábados | 27 de abril, 25 de maio, 29 de junho, 31 de agosto, 28 de setembro e 19 de outubro de 2013
preço
três mensalidades de R$ 280,00
alunos do CEP: três mensalidades de R$ 235,00