Curso de Formação em Psicanálise – 1997

Ao longo destes 17 anos de atividades do centro de Estudos Psicanalíticos, o Curso de Formação vem, cada vez mais, se constituindo na nossa coluna vertebral.
Dirigido aos profissionais de saúde, o curso é dividido em 6 semestres que articulam uma programação teórica com uma atividade clínica específica para cada ano.
Nos dois primeiros anos, os grupos têm um encontro semanal de três horas, sendo duas horas de aula teórica e uma hora de discussão clínica. A carga horária aumenta para quatro horas e meia no terceiro ano, com a participação nos seminários Clínicos, além dos horários de atendimento à pacientes.
A proposta pedagógica não é uniforme para todos os ciclos. Os encontros transitam desde uma predominância expositiva, no início, para uma participação crescente dos membros do grupo na medida em que vão se “apropriando da palavra”.
Nas reuniões clínicas, a tarefa é modificada a cada ano. Nessas reuniões se prioriza a experiência singular de cada participante e a discussão grupal para a produção de um percurso próprio a cada membro e a cada grupo. No primeiro ano a tarefa é centralizada na delimitação da operação analítica. No segundo ano o foco é operar a “escuta” nos diversos âmbitos a partir das práticas profissionais de cada membro do grupo. No terceiro ano os alunos atendem pacientes e participam de supervisões clínicas ligadas a esta tarefa.
Tanto os temas teóricos quanto os desenvolvimentos clínicos são coordenados por diferentes psicanalistas com filiações teóricas diversas. Cada participante elabora um trabalho a cada semestre que será discutido numa reunião semestral específica.
Todo semestre o grupo se reúne com a equipe de direção para avaliar o percurso e discutir propostas.
Nosso foco está centrado na clínica, não com a intenção do treino de um ofício, e sim porque acreditamos ser a melhor maneira de iniciar a formação de uma escuta. Considerando que a base mínima de formação se sustenta no tripé; análise-teoria-prática clínica supervisionada; o curso se propõe a iniciar estas duas últimas e não inclui a própria análise.
Os participantes são incentivados a se manter em análise pelo menos durante o período do curso, sem precisar necessariamente escolher um analista da instituição. Esta opção ideológico-técnica propõe um desafio delicado: como garantir a qualidade da análise de um sujeito em formação, sem que esta se torne um instrumento de poder e controle institucional?
Ao longo da experiência, fomos aprendendo que o essencial da formação é que o sujeito aprenda a pensar, que ele desenvolva ativamente sua autonomia. Um analista deve ser capaz de falar em nome próprio. Ao longo do percurso insistimos que o formando se responsabilize por seu próprio processo.
A instituição formativa não se propõe a ser um instrumento de controle, mas sim o de propiciar um contexto que “acompanhe” o sujeito em seu singular caminho de formação. Temos trabalhado muito no sentido de não nos tornarmos uma “fábrica” de analistas na medida em que vamos crescendo. Vamos construindo dispositivos institucionais que permitam continuar mantendo nossa proposta de que a formação do analista consiste numa construção artesanal.
programa teórico
CICLO I Conceitos Fundamentais
CICLO II A Formação do Sujeito
CICLO III Estruturas Clínicas I
CICLO IV Estruturas Clínicas II
CICLO V Técnica Psicanalítica
CICLO VI A Clínica Freudiana
programa clínico
Ciclo I e II: Procedimentos Clínicos
Ciclo III e IV: Reflexão Clínica
Ciclo V e Vi: Atendimento a pacientes, Supervisão grupal e Seminários Clínicos
horários
terças-feiras das 19h30 às 22h30 e
quartas-feiras das 18h às 21h
requisitos
duas entrevistas
preços
Inscrição semestral: R$ 100,00
Mensalidade: R$ 150,00