Curso de Formação em Psicanálise – 1999

Dirigido aos profissionais de saúde, o curso é dividido em 6 semestres que articulam uma programação teórica com uma atividade clínica específica para cada ano. Nos dois primeiros anos, os grupos têm um encontro semanal de três horas, sendo duas horas de aula teórica e uma hora de discussão clínica. A carga horária aumenta para quatro horas e meia nos quinto e sexto semestres, com a obrigatoriedade de participação dos Seminários Clínicos, além dos horários de atendimento à pacientes na Clínica Psicanalítica. O aluno deve, uma vez por ano participar de pelo menos 1 Curso Breve, 1 Evento e de 2 Palestras e Debates, podendo escolher entre os que estão na programação, aquele que se aproxima mais de seu campo de estudo.
A proposta pedagógica não é uniforme para todos os ciclos. Os encontros transitam desde uma predominância expositiva, no início, para uma participação crescente dos membros do grupo na medida em que vão se “apropriando da palavra”.
Nas reuniões clínicas, a tarefa é modificada a cada ano. Nessas reuniões se prioriza a experiência singular de cada participante e a discussão grupal para a produção de um percurso próprio a cada membro e a cada grupo. No primeiro ano a tarefa é centralizada na delimitação da operação analítica. No segundo ano o foco é operar a “escuta” nos diversos âmbitos a partir das práticas profissionais de cada membro do grupo. No terceiro ano os alunos atendem pacientes e participam de supervisões clínicas ligadas a esta tarefa.
Nas aulas teóricas, no primeiro ciclo, é dado os conceitos fundamentais da psicanálise. No segundo ciclo, a constituição do sujeito. No terceiro e quarto ciclos são dadas as estruturas clínicas e seus desdobramentos teóricos. No quinto a técnica psicanalítica e o sexto, a clínica freudiana.
Tanto os temas teóricos quanto os desenvolvimentos clínicos são coordenados por diferentes psicanalistas com filiações teóricas diversas. Cada participante elabora um trabalho a cada semestre que será discutido numa reunião semestral específica. Ao fim de cada ciclo o grupo se reúne com a equipe de direção para avaliar o percurso e discutir propostas.
Nosso foco está centrado na clínica, não com a intenção do treino de um ofício, e sim porque acreditamos ser a melhor maneira de iniciar a formação de uma escuta.
Considerando que a base mínima de formação se sustenta no tripé; análise-teoria-prática clínica supervisionada; o curso se propõe a iniciar estas duas últimas e não inclui a própria análise.
Os participantes são incentivados a se manter em análise pelo menos durante o período do curso, sem precisar necessariamente escolher um analista da instituição. Esta opção ideológico-técnica propõe um desafio delicado: como garantir a qualidade da análise de um sujeito em formação, sem que esta se torne um instrumento de poder e controle institucional?
Ao longo da experiência, fomos aprendendo que o essencial da formação é que o sujeito aprenda a pensar, que ele desenvolva ativamente sua autonomia. Um analista deve ser capaz de falar em nome próprio. Ao longo do percurso insistimos que o formando se responsabilize por seu próprio processo.
A instituição formativa não se propõe a ser um instrumento de controle, mas sim o de propiciar um contexto que “acompanhe” o sujeito em seu singular caminho de formação. Temos trabalhado muito no sentido de não nos tornarmos uma “fábrica” de analistas na medida em que vamos crescendo. Vamos construindo dispositivos institucionais que permitam continuar mantendo nossa proposta de que a formação do analista consiste numa construção artesanal.
horários
terças-feiras | 19h30 às 22h30 ou
quintas-feiras | 18h às 21h
preços
Inscrição semestral: R$120,00
Mensalidade: R$ 165,00