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Na sociedade
contemporânea, alicerçada em um utilitarismo atrelado ao desempenho sob os
ditames da efetividade, sucesso e exaltação de si mesmo, o sujeito é visto como
um empreendedor dependente de metas que, se não alcançadas, lhe condenam a uma
amarga sensação de ruína, fracasso, vazio e impotência. Neste momento, sob o
apelo do instantâneo, surgem ruídos diversos para silenciar o mal-estar como,
por exemplo, diferentes formas de adicção a drogas lícitas e ilícitas, relações
amorosas efêmeras em razão da dificuldade em lidar com o estrangeiro no outro,
comportamentos workaholic, formas variadas de vício digital, descontrole
no uso dos cartões de crédito, transtornos alimentares e manifestações
psicossomáticas.
Já não falamos mais em sexualidade, mas em sexualidades, o que impõe novas formas de pensar um tema que foi tão caro à psicanálise em seus primórdios. A perspectiva de modificar o próprio corpo em oposição ao que foi dado pelo acaso biológico possibilita trilhar caminhos transformadores tornando o homem não mais necessariamente feito à imagem e semelhança de Deus mas, sim, alguém que dá voz - e corpo - à imagem e semelhança de seu próprio desejo e projeto de existir. Há que reinventar o erotismo e reconstruir laços sociais articulados com as várias identidades sexuais e com os novos constructos binários de masculinidade e feminilidade, com os da não binariedade.
A psicanálise nasceu da observação clínica de Freud e, posteriormente a ele, importantes psicanalistas de diferentes lugares ofereceram contribuições muito significativas ao seu crescimento nos diversos lugares de sua práxis. Pensando nisso, podemos nos questionar: qual seria o estatuto de questões freudianas canônicas na prática clínica atual diante dos sofrimentos contemporâneos, independente do setting em questão (institucional, privado, presencial, online, na rua)? A partir de que outros teóricos e clínicos podemos pensar a contemporaneidade com seus sofrimentos e vicissitudes? Os novos sintomas, sofrimentos e formas de subjetivação que surgem na clínica contemporânea - onde Narciso e Godot dividem o espaço com Édipo - nos convidam a repensar a psicopatologia psicanalítica e o exercício da prática clínica.
Trata-se de
considerar não apenas o que a psicanálise diz sobre as dinâmicas na
contemporaneidade, mas, também, considerar o que elas têm a dizer à
psicanálise.
I don´t
need you, I have wi-fi, dizia um
cartaz em uma esquina da cidade e isso não pode passar desapercebido. No
imediatismo contemporâneo a relação do homem com o espaço e o tempo se
modificou dificultando a construção de uma identidade memorial no sentido de um
continuum histórico no qual as experiências seriam integradas ao longo
da escritura do sujeito. Quais seriam as
repercussões dessas modificações na prática clínica?
HORÁRIO
sábado | 9h às 12h e 13h às 16h
DIRIGIDO
A Jornada é uma atividade gratuita, dirigida ao público em geral.
Informações e
inscrições*
11 3864 2330 | 11
3865 0017 | WhatsApp 11 9 76661249
*inscrições antecipadas
Alba Lúcia Dezan
psicanalista com formação pelo CEP, psicóloga clínica com atuação em consultório particular. Mestra em Psicologia Clínica e Cultura pelo programa de Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília - UnB. Especialista em Teoria Psicanalítica pela Universidade de Brasília - UnB. Coordenadora do Espaço Winnicott Brasília. Coautora do livro "Atendimento psicanalítico das relações raciais", ed. Zagodoni.
Gustavo Dean-Gomes
psicanalista e pesquisador. Doutorando pelo Programa de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (PSC-IPUSP), mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor do Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP) e do Instituto Nebulosa Marginal (Rio de Janeiro). Membro do Grupo Brasileiro de Pesquisa Sándor Ferenczi. Autor de "Budapeste, Viena e Wiesbaden - O percurso do pensamento clínico-teórico de Sándor Ferenczi", ed. Blucher.
José Luiz Cordeiro Dias Tavare
psicanalista com formação pelo Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP). Doutorado em Medicina pela Universidade Federal do Estado de São Paulo e pós-doutorado pelo Imperial College (UK). Membro do departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae (ISS). Mestrado em Literatura e Psicanálise (PUC-SP) sobre a autoficção e o desamparo freudiano na obra de Nelson Rodrigues. Autor de publicações na interface Literatura-Psicanálise. Membro dos grupos "Shakespeare e Psicanálise" (SBPSP) e "Psicanálise e Cultura" (ISS). Coordenador dos núcleos de Literatura e Psicanálise no CEP e no ISS. Docente do Curso de Formação em Psicanálise do CEP.
Marta Raquel Colabone
historiadora (USP), psicanalista com formação pelo CEP, especialista em Comunicação (USP) e em Artes (UNESP). Pertence à Rede de Atendimento - Clínica do CEP e é docente do Curso de Formação em Psicanálise do CEP. Colaboradora da publicação "Anos Loucos. Histórias da Psicanálise às margens dos anos 1920", de Luiz Eduardo Prado de Oliveira, ed. Autêntica.