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19/04/2024
Seja ao
redigir uma sessão clínica ou na construção de um trabalho conceitual, escrever
em Psicanálise é compor, sob os efeitos da transferência, uma demanda de amor.
Característica que deixa marcas e traz implicações a um tipo particular de
texto, no qual detalhes são fundamentais e significados nunca se equivalem a definições
pré-concebidas. Estes encontros pretendem abordar noções gerais sobre a
“escrita da escuta” em Psicanálise, bem como auxiliar na “semeadura e cultivo”
de um texto.
OBJETIVOS
Investigar
o traço de caráter das exceções, por
meio da escrita da escuta clínica dos sofrimentos narcísico-identitários, tal
como definidos por René Roussillon – casos de não-neurose em que estão
ameaçados o próprio sentimento de identidade, a capacidade de ser sujeito da própria vida, das
próprias emoções, sentimentos e decisões.
PROGRAMA
Em Alguns tipos de caráter encontrados na
prática psicanalítica (1916), Freud destaca determinadas “particularidades”
que surgem com “insuspeitado vigor” e que devem ser analisadas primeiramente, por estarem ligadas a
resistências capazes de comprometer a investigação analítica. O traço de
caráter das exceções é presente
naqueles que afirmam possuir uma “injusta desvantagem” merecedora de algum tipo
privilegiado de reparação. Afirmam, de modo rebelde, que “já sofreram demais e
renunciaram o bastante, que têm direito a serem poupados de outras requisições,
que não se sujeitam mais a qualquer necessidade desagradável, pois são exceções e pretendem continuar a sê-lo”
(Ibid.).
Condição presente em estados de não-neurose, da melancolia à perversão e, de passagem, na rebeldia dos alienados, se encontra um sujeito-paradoxo que, das marcas fantasmáticas emanam justificativas ad aeternum, e que se autonomeia um ser de exceção: alguém a quem a Lei simbólica deveria ser aplicada no modo “café-com-leite”.
1. O sujeito-paradoxo nos sofrimentos narcísico-identitários: Roussillon, leitor de Freud
2. A exceção do alienado (que o esforço me torne privilegiado)
3. A exceção na melancolia (que a ausência seja minha companheira)
4. A exceção em vínculos abusivos (que o mal seja o meu bem)
5. Exercício prático de escrita clínica
6.
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