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Desenvolvido por SD TecnologiaFreud nunca pretendeu explicar a arte e sim se utilizou
dela para tentar entender o mundo psíquico.
“Os artistas e os escritores criativos são aliados muito valiosos à pesquisa da
psicanálise (…) Estão adiante de nós, gente comum no conhecimento da mente.”
Lacan confidenciava, fazendo uma brincadeira com a sua criação, o objeto a: “Só
há a poesia, já lhes disse, que permite a interpretação. É isso que não atinjo
em minha técnica. Não sou bastante Po(a)ta.”
A partir dessas duas concepções, a proposta é, por meio da poesia, pensar no
que consiste o trabalho de um psicanalista passando pelos conceitos
psicanalíticos de associação livre, transferência, direção do tratamento e
desejo do analista. Em 2008, a poesia de Adélia Prado e Manoel de Barros nos
ajudou nesse propósito. Neste ano trabalharemos com a ajuda dos poemas de:
FERREIRA GULLAR
Nasceu em São Luis, no Maranhão, em 10 de setembro de 1930. É poeta, crítico de
arte, biógrafo, memorialista e ensaísta brasileiro. Em 2002, foi indicado para
o Prêmio Nobel de Literatura. Em 2007, seu livro “Resmungos” ganhou o Prêmio
Jabuti de melhor livro de ficção do ano.
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
dirigido
a psicólogos, psicanalistas, estudantes e profissionais das áreas da saúde e
afins.
data
sexta-feira | 08 de maio de 2009
preço
Até o dia 24/04/09: R$ 40,00
Após o dia 24/04/09: R$ 50,00