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Psicanálise e racismo
Reunião Temática

Psicanálise e racismo

DocenteMaria Rita Kehl
02/02/2023

programa
Penso que o conceito freudiano mais adequado para se abordar o tema do racismo a partir da teoria psicanalítica seja o narcisismo das pequenas diferenças. Freud criou este conceito para tentar entender a repulsa do povo alemão pelo povo judeu. Sendo, ele próprio, um judeu austríaco (que precisou se exilar nos Estados Unidos com a chegada de Hitler ao poder), Freud tinha razões pessoais – para além de sua curiosidade investigativa – para tentar entender o injustificável preconceito da população alemã pelos judeus que viviam no país, como cidadãos alemães, com o mesmo direito dos alemães não judeus. Suas reflexões o levaram a concluir que aqueles que repelimos, ou odiamos, não são os 100% estranhos a nós. Não são os povos exóticos, por exemplo – com culturas incompreensíveis, línguas que não dominamos, rituais, cores de pele, religiões etc – que nos ameaçam. Aqueles que nos ameaçam são exatamente os que, não sendo idênticos a nós, apresentam tantas afinidades culturais, ou linguísticas, ou fenotípicas, a ponto de não conseguirmos nos diferenciar deles de modo a garantir alguma segurança identitária. Mas será que isso existe? Não somos nós, divididos pela existência do inconsciente, incapazes de formar um todo indivisível? Não somos, cada um de nós, divididos pelo estranho que nos habita?
Talvez a divisão subjetiva seja tão difícil de suportar que a necessidade de negá-la produza, inconscientemente, a raiz das discriminações racistas.
No Brasil, por exemplo, costumamos valorizar muito os representantes de raças “brancas” (ninguém é branco, certo? Somos rosados, beges, amarelados, marrons…) que nos garantam a descendência europeia-portuguesa. Durante 300 anos trouxemos africanos escravizados para se encarregarem do trabalho pesado nas fazendas e nas cidades. Deles herdamos o melhor de nossa música, de nossa culinária, de muitas práticas culturais e mesmo de nosso sincretismo religioso. No entanto… uma parte numerosa da população brasileira é racista. Não concedemos aos escravos recém libertos nem um pedaço de terra onde pudessem plantar para recomeçar suas vidas. Se uma parte desses descendentes de africanos teve a sorte de conseguir trabalho, muitos ficaram desempregados, vagando pelas ruas, vivendo de pequenos serviços, passando necessidade. As elites passaram a associar os descendentes de escravos com… vagabundos. A eles devemos o samba, o candomblé, o vatapá, o caruru, o gingado, a capoeira… Uma parcela considerável da cultura da qual nos orgulhamos e que encanta os visitantes estrangeiros. Mas não queremos nos identificar com eles.
Pretendo abordar o racismo a partir dessas duas perspectivas conflitantes: a rejeição dos descendentes de escravos que ajudaram a construir o Brasil, mas que desprezamos como inferiores; o fascínio em relação à cultura que esses mesmos descendentes de escravos trouxeram para cá, e que se expandiu em muitas formas diferentes – samba, candomblé, culinária, carnaval…
Qual a operação psíquica acionada para conciliar essas duas correntes de afeto (amor e rejeição) e de pensamento (admiração e preconceito) em relação aos brasileiros de pele negra?


quinta-feira | dia 02 de fevereiro


horário
 | 19h às 21h

dirigido

a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, profissionais das áreas da saúde, alunos e ex-alunos do Curso de Formação em Psicanálise


preço
até o dia 23/01/23 | R$ 200,00
após o dia 23/01/23 | R$ 230,00

Maria Rita Kehl

é psicanalista, doutora em psicanálise pela PUC de São Paulo, poeta e ensaísta. É autora de vários livros, entre os quais se destacam Videologias: Ensaios sobre televisão (Boitempo, 2004) , escrito em parceria com Eugênio Bucci, O tempo e o cão (Boitempo, 2009), ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Não-Ficção 2010, 18 crônicas e mais algumas (2011), Deslocamentos do feminino: a mulher freudiana na passagem para a modernidade (2016), Bovarismo brasileiro (2018) e Ressentimento (2020).

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