CEP - Centro de Estudos Psicanalíticos | Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por SD TecnologiaPrograma
A recente renovação do vocabulário psicopatológico tem
obedecido a um critério reducionista e positivista para estabelecer os
parâmetros do sofrimento psíquico. Não se trata de um mero ajuste
classificatório, mas a tentativa de suprimir qualquer referência subjetiva
(seja na vertente fenomenológica, seja na vertente psicanalítica),
substituindo-as por um suposto correlato fixo entre frequências de
comportamentos e modificações moleculares.
A nomenclatura escolhida (DSM especialmente, e outros códigos
internacionais),ao mesmo tempo que permite uma ilusória unificação dos atos
diagnósticos, cumpre uma minuciosa faxina de eliminação do campo das
significações: nada significa nada nem provém de qualquer significação, somente
é o que é, ou seja, apenas a superfície do que se manifesta O pretexto é tomar
a psiquiatria e a psicologia campos científicos.
O curioso é que tal posição considera ciência somente o “popperismo”
(tratamento numérico-estatístico das correlações empíricas como critério de
verdade) e despreza o valor científico das descobertas estruturais (onde o
critério de verdade consiste na correspondência das transformações com a lógica
operatória).
Pela sua parte, a Psicanálise tem desenvolvido uma clínica da escuta estrutural
que permite a interpretação, na ressonância na linguagem, dos circuitos
pulsionais e das articulações do sujeito no discurso. Interpretação que oferece
ao sujeito a chance de articular de outro modo a sua posição significante e a
forma em que seu corpo é afetado pela herança de suas experiências infantis. As
novas formas do sofrimento psíquico consequência natural das transformações
históricas e culturais – encontram assim uma cura possível que opera pelo
deciframento e não pelo condicionamento. A diferença está nos efeitos: no
primeiro caso, o sujeito é protagonista de seu processo de cura, enquanto
que, no segundo caso, ele passa a ser objeto de um procedimento externo a ele
mesmo. A intervenção medicamentosa, quando se propõe como única opção de cura,
cria uma determinação que parte do suposto de uma constância químico molecular.
Tal suposto responde muito mais à necessidade de um planejamento da produção
farmacológica do que a qualquer consideração verdadeiramente científica e/ou
relativa ao sujeito em questão.
Por isso se fazem necessárias a explicitação e a formalização dos princípios e
fundamentos de uma psicopatologia psicanalítica para a qual Freud e Lacan
aportaram na direção de tornar legíveis as mais diversas formas do sofrimento
psíquico.
Propomos, então, dedicar nosso ano de trabalho à explicitação dos modos em que
o psicanalista procede na função diagnóstica, às particularidades das formas
patológicas das estruturas psíquicas, as formas de intervenção que elas
determinam e as peculiares articulações que delas se produzem no discurso
social atual.
dirigido
a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, estudantes e profissionais das
áreas da saúde
carga horária
18 horas (6 aulas de 3 horas cada)
datas
sábados | 27 de abril, 25 de maio, 29 de junho, 31 de agosto, 28 de setembro
e 19 de outubro de 2013
preço
três mensalidades de R$ 280,00
alunos do CEP: três mensalidades de R$ 235,00