CEP - Centro de Estudos Psicanalíticos | Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por SD TecnologiaCOORDENAÇÃO:
Kwame Yonatan Poli dos Santos
O
seminário teórico objetiva apresentar as noções em torno da branquitude,
colonialidade, os efeitos nos processos de racialização, racismo estrutural e
estruturante, pensando a produção de subjetividades a partir de um olhar
crítico sobre a branquitude, do privilégio branco e, consequentemente das
relações raciais, articulando com a clínica e a política entre Psicanálise
PROGRAMA
29/04 - Abertura- apresentação do tema e professorxs convidadxs
Encontro de abertura do seminário teórico, apresentação dxs professorxs convidadxs e introdução da problemática e questão.
06/05- A clínica e a construção dos lugares de fala e de escuta
Refletiremos sobre a clínica e os conceitos de lugar de fala e lugar de escuta. A partir da análise das contradições e tensões presentes no filme, tentaremos refletir sobre as especificidades clínicas do atendimento de populações que sofreram violências estruturais: racismos, machismos e LGBTfobias. Além disso, traremos para o campo da problematização a construção de um lugar de escuta analítico em diálogo com a noção de “lugar de fala”.
Tomaremos como ponto de partida o conceito psicanalítico de narcisismo em Freud e o trabalhos da Dra Cida Bento , “O pacto da branquitude”, e da psicanalista e multi-artista Grada Kilomba, “Narciso e Eco” .
Apresentaremos um panorama da estratégia colonial de racialização moderna e desumanização escravagista que, aliada ao capitalismo, essencializa identidades, hierarquiza sociedades e culturas, tornando-se combustível para modos de produção e exploração permanentes, que estrutura de maneira constitutiva, material e psíquica, os sujeitos contemporâneos.
Apresentação da proposta Fanoniana de denúncia da identidade colonial, branca, na projeção dos atributos identitários à negritude como ferramenta de dominação colonial. A importância de considerarmos a alienação colonial na escuta clínica e na posição das/dos analistas resistentes aos atravessamentos da racialização nas direções de tratamento.
03/06 - Inconsciente colonial? racialização, branquitude e violência política como analisadores na clínica
Os atravessamentos dos questionamentos contemporâneas de coletivos, estudantes, analistas, jovens ou não tão jovens, dos silenciamentos ou ausências de representatividade nos espaços psicanalíticos e em suas bases teóricas, ou em seus operadores da questão da raça, fez pensar e movimentar novas possibilidades de escuta e, consequentemente, torções no modo depensar a clínica psicanalítica. O que ocorre quando a raça interroga a psicanálise?abordamos assim, efeitos clínico-político do enfrentamento desse tema no campo clínico.
Neste encontro será abordado o lugar estratégico da figura da babá nas relações raciais brasileiras, bem como o seu apagamento histórico. Os vínculos que se estabelecem entre as crianças brancas e suas babás (negras, em grande maioria) se inscrevem na fronteira entre o afeto e a violência sofrida por essas mulheres, deixando marcas tanto nestas como na subjetividade desses bebês.
A escuta branca desavisada e os efeitos deletérios: como podemos pensar as consequências da racialidade na escuta clínica psicanalítica a partir do conceito de branquitude? Buscaremos pistas a partir das obras de Freud, Ferenczi, Jacques Lacan, Neusa Santos Souza e Grada Kilomba
Iremos conversar sobre a culpa branca como uma das principais ferramentas de tomada de consciência acionada por pessoas brancas em processo de repensar a própria racialização mas os usos políticos dessa culpa conseguem se afastar de lógicas coloniais?
DIRIGIDO a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, estudantes e profissionais das áreas da saúde
CARGA HORÁRIA 18 horas (9 aulas de 2 horas cada)
DATAS 29 de abril; 06, 13, 20 e 27 de maio e 03, 10, 17 e 24 de junho
HORÁRIO terças-feiras | 9h
às 11h
PREÇO
quatro mensalidades de R$ 380,00
alunos do CEP: quatro mensalidades de
R$ 340,00
Kwame Yonatan
psicanalista, formado em psicologia pela UNESP-Assis, mestre pela mesma instituição, doutor no Departamento de Psicologia Clínica da PUC-SP, pós-doutor pela USP. Atua como supervisor e é professor do Instituto Gerar e do CEP. Possui quatro livros publicados: "Transverso" ed. Amiga, "Nasce um Desejo" ed. Amiga, "Feliz Para Sempre?" ed.Cultura Acadêmica e "Por Um Fio: Uma Escuta das Diásporas Pulsionais", ed. Calligraphie. Em 2018, ganhou o prêmio "Jonathas Salathiel", promovido pelo CRP-SP. Tem experiência profissional em Políticas Públicas, sendo supervisor institucional de profissionais do SUS e do SUAS. Atualmente, também compõe o coletivo Margens Clínicas e é um dos articuladores do projeto "Aquilombamento nas Margens".
Laura Lanari
psicanalista, pesquisadora, integrante do coletivo Margens Clínicas e da Rede Clínica do Laboratório Jacques Lacan do Instituto de Psicologia da USP.
Paulo Bueno
psicanalista, psicólogo (PUC-SP), mestre e doutor em Psicologia Social (PUC-SP). Supervisor Clínico. Docente do Instituto Gerar de Psicanálise. Pesquisador do Núcleo Psicanálise e Sociedade (PUC-SP). Professor convidado do Programa Fellowship - 2021/2022 (Columbia University). Colunista do Papo de Mãe da UOL. Autor de "Coisas que o Pedro me ensina: crônicas de uma paternidade", ed. 106.
Priscilla Santos de Souza
psicanalista e doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da USP. Membro do Laboratório de Pesquisa e Extensão - Psicanálise, Sociedade e Política (PSOPOL) onde constrói o Projeto de Extensão Relações Raciais, Psicanálise e Gênero. Atua como Técnica em Assuntos Educacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC). É membro da Rede Interamericana de Pesquisa em Psicanálise e Política (RedIPPol) e do Movimento de Mulheres Olga Benário.
Tatiana Nascimento
pessoa não-binária, brasiliense, mãe da Irê, cantora, compositora, escritora, tradutora na Editora na Padê editorial (que não é cocaína) - de livros de autoria preta/LGBTQIAPN+. Sua pesquisa e produção mergulha sentido, melodia, ruído em looping, numa reengenharia dos temas: Afeto, Negritude, Cerrado & Mar. Tem 16 livros publicados, foi finalista do prémio Jabuti de Poesia 2022. Idealizadora do primeiro Slam das Minas e da primeira Formação sobre Privilégio Branco e Branquitude no Brasil.
Zeca Carú de Paula
navega pela exystêncya como feytyceyro, multi-artista, poeta, conjurador de ynymagynáveys e promovedor de saúde. É Psicólogo clínico, mestre e doutorando em Psicologia clínica pela PUC - SP, compondo o núcleo de subjetividades, pesquisando a construção de espaços clínicos que se fazem além do tempo colonial, a partir da anunciação de memórias do território-cidade-corpo, como as águas, os ventos, as madeiras, a terra. Compõe o bando biodiverso CARUARÊ, construindo uma pesquisa de práticas coletivas que conjurem possibilidades de se viver junto em tempos de necropolítica. É autor do livro ''Ynundação (um conjuro)", ed. O Sexo da Palavra.