CEP - Centro de Estudos Psicanalíticos | Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por SD TecnologiaA subjetividade, ou seja, a
experiência interna e pessoal a respeito do mundo e de si mesmo, não é algo que
exista independente do momento histórico e social, do ambiente familiar e da
cultura na qual o indivíduo está inserido. Ela varia, portanto, ao longo do
tempo e do lugar, assim como suas patologias características. Não à toa, à
época de Freud, a histeria e as neuroses eram prevalentes na clínica
psicanalítica recém-criada. A tese então elaborada com base na escuta dessas
subjetividades neuróticas era, a grosso modo, a de que desejos eróticos e
agressivos (ou uma combinação de ambos) existiam ao lado de uma consciência
moral punitiva (superego sádico) num conflito cuja resultante era a formação de
sintomas, inibições e angústias. No centro desse conflito a noção de lei moral,
oriunda do conflito edipiano, era centrada na figura paterna. A relação dessas
patologias e dessa tese freudiana com o contexto das famílias tradicionais, da
moral paterna e da cultura falocêntrica é evidente agora.
A sociedade contemporânea, marcada
pela revolução nos costumes a partir dos anos 1960 e 1970, pela aceleração do
ritmo de produção em cadeias espalhadas pelo globo, o tamanho e a relevância do
capital financeiro extremamente móvel, além do encurtamento das distâncias (o
resto do mundo está logo ali ao lado... de um voo, de um clique), viu surgir a
descentralização das informações (blogs, youtube, redes sociais, etc), dos
lugares de produção, da própria família (tio nos EUA, mãe em São Paulo, pai no
Rio de Janeiro, avós em um cruzeiro pelo mundo), e com isso as “relações
líquidas” (Bauman) e um declínio da função paterna. Nesse contexto
histórico-social as subjetividades contemporâneas não estão mais centradas no
recalque de desejos e no conflito interno com a lei paterna, mas, ao que tudo
indica, no apagamento do próprio sujeito desejante que não sabe de si. Questões
narcísico-identitárias são a regra, não mais a exceção.
PROGRAMA
1. O conceito de narcisismo em Freud, sua relação com a
desfusão das pulsões e a relevância desses conceitos para a clínica
psicanalítica contemporânea
2. O estádio do Espelho, os 3 tempos do Édipo, a noção
de foraclusão do nome-do-pai e o conceito de “sinthoma” nas teorizações de Lacan e sua relevância para a clínica
psicanalítica contemporânea
3. A teoria do desenvolvimento emocional primitivo de
Winnicott, da transicionalidade, do estágio do “Eu sou” e do estágio do “concernimento”
e a importância para a clínica psicanalítica contemporânea
4. Uma visão geral à respeito das teorizações de Freud,
Lacan e Winnicott a respeito dos fundamentos da subjetividade saudável e da
clínica psicanalítica contemporânea
5. Algumas das psicopatologias características da nossa
época: o falso self patológico, a
personalidade esquizóide, o indivíduo borderline, a melancolia, a depressão
esquizóide, a bipolaridade, transtornos somatoformes e doenças psicossomáticas
6. Continuação da discussão das psicopatologias
contemporâneas e o encaminhamento clínico
DIRIGIDO
a psicólogos,
psiquiatras, psicanalistas, estudantes e profissionais das áreas da saúde
CARGA
HORÁRIA
18
horas (6 aulas de 3 horas cada)
DATAS
24 e 31 de julho e 07, 14, 21
e 28 de agosto
HORÁRIO
quintas-feiras
| 19h às 22h
PREÇO
quatro mensalidades
de R$ 380,00
alunos do CEP: quatro mensalidades de R$ 340,00